CURSO SUPERIOR DE POLÍCIA MILITAR DO QUADRO DE OFICIAIS POLICIAIS MILITARES (CSPMQOPM/2015) –PROCESSO SELETIVO –EXAME DE SUFICIÊNCIA INTELECTUAL –PROVA E GABARITO

O comandante-geral no uso de suas atribuições legais e atendendo proposta do diretor-geral de ensino e instrução, face ao ofício PMERJ/ESPM Nº 1135/2014, PUBLICAaprova e o gabarito do exame de suficiência intelectual referente ao para o CSPMQOPM/2015,que se segue em anexo:
Gabarito da provado exame intelectual para o CSPM-QOPM/2015
Questão 01. Princípios Administrativos são postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir da Administração Pública. Representam inspirações pré-normativas, norteando a condução do Estado quando no exercício de atividades administrativas. Considere a seguinte assertiva: O princípio ______________________ é certamente a diretriz básica da conduta dos agentes da Administração. Signi-fica que toda e qualquer atividade administrativa deve ser autorizada por lei. Não o sendo, a atividade é ilícita. Só é legítima a atividade do administrador público se estiver condizente com o disposto na lei, em contrapartida, ao cidadão é permitido fazer tudo aquilo que a lei não proíbe.
Nessa toada, marque a alternativa que se encaixa CORRETAMENTE na lacuna:
a. ( ) Da legitimidade.
b. ( ) Da impessoalidade.
c. ( ) Da moralidade.
d. (x ) Da legalidade.
e. ( ) Da autoexecutoriedade.

Questão 02. No §1º de seu art. 42, a Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB/88) informa, entre outras coisas, que aos Militares dos Estados aplicam-se as disposições do art. 142, §3º, norma que tra-ta dos Militares das Forças Armadas. Nesse último dispositivo, a CRFB/88 elenca uma série de incisos que estabelecem direitos e vedações relacionadas ao regime jurídico constitucional dos militares. Quanto a esses incisos, marque a alternativa INCORRETA:
a. ( ) O militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos.
b. ( ) O oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompa-tível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal es-pecial, em tempo de guerra.
c. ( ) A lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas ativida-des, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra.
d. (x ) Ao militar é proibida a greve, mas permitida a sindicalização.
e. ( ) O militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressal-vada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei.

Questão 03. Quanto às prescrições constitucionais relacionadas aos princípios, direitos e garantias funda-mentais, notadamente em relação ao Devido Processo Legal (art. 5º, LIV), Contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV), Vedação à prova ilícita (art. 5º, LVI), presunção da inocência (art. 5º, LVII) e Direito à não au-toincriminação e outros direitos do preso (art. 5º, LXII, LXIII, LXIV, LXV), marque a alternativa CORRE-TA:

a. ( ) O princípio do devido processo legal (due processo of law) consubstancia uma das mais rele-vantes garantias constitucionais do processo, garantia essa que deve ser combinada, entre outros, com a plenitude do contraditório e da ampla defesa. Todavia, suas prescrições contrapõem a ga-rantia da razoabilidade/proporcionalidade dos atos administrativos, seja em sua concepção subs-tantiva ou meramente formal.

b. ( ) Por ampla defesa entende-se o direito que é dado ao indivíduo de trazer ao processo, administra-tivo ou judicial, todos os elementos de prova licitamente obtidos para provar a verdade, mas não o de omitir-se ou calar-se, ainda que tal medida resulte em sua autoincriminação.
c. ( ) A prova ilícita – por exemplo, a obtida mediante uma escuta telefônica clandestina, ou a confis-são obtida mediante tortura – não pode ser utilizada no processo judicial, mas sim no processo administrativo disciplinar, desde que motivada com as razões de fato e de direito que levaram a sua prática.
d. ( ) Quanto às hipóteses constitucionais em que é possível a prisão, a constituição de 1988 limitou às autoridades judiciárias a competência para determinar a prisão, sem qualquer ressalva.
e. ( x) Quanto ao respeito à integridade física e moral do preso, só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

Questão 04. A Constituição Federal disciplina que no caso de iminente perigo público, a autoridade com-petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano (art. 5º, XXV). Tal instituto constitui uma restrição ao direito de propriedade, em que a utilização do bem pelo Poder Público é ao particular imposta, por ato auto executório. Se, por um lado, esse dispositivo constitucional outorga ao Estado um direito fundamental, por outro, é certo que ele assegura ao particular uma garantia fundamental, que é a garantia de ser indenizado, caso da utilização estatal decorra dano à pro-priedade. Marque a opção que denomina esse instituto constitucional:
a. ( ) Desapropriação confiscatória.
b. ( ) Limitação administrativa.
c. ( ) Ocupação provisória de bens.
d. ( x) Requisição Administrativa.
e. ( ) Tombamento.

Questão 05. O estudo da Administração Pública preambularmente reclama a compreensão das noções de Estado e de Governo. Diante disso, e com base na bibliografia indicada, marque a alternativa CORRETA no que diz respeito aos conceitos e definições relacionadas às Formas de Estado, Sistemas de Governo e For-mas de Governo:
a. ( ) No sistema de governo parlamentarista predomina o princípio da divisão dos poderes, que de-vem ser independentes e harmônicos entre si. O Presidente da República exerce a chefia do Po-de Executivo em toda a sua inteireza, acumulando as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo, e cumpre mandato fixo.
b. ( ) O presidencialismo é um sistema de governo em que há, predominantemente, uma colaboração entre os Poderes Executivo e Legislativo. Uma de suas características marcantes é que se o par-lamento retirar a confiança do governo, ele cai, exonera-se, dando lugar à formação de um novo governo.
c. (x ) O Estado Federado tem como característica a “descentralização política”, marcada pela convivência, em um mesmo território, de diferentes entidades políticas autônomas, distri-buídas regionalmente. A CRFB/88 adotou esse modelo, integrando diferentes centros de poder político. Outra característica é que não existe subordinação, isto é, não há hierarquia entre os diversos entes federados. A relação entre eles é marcada pela coordenação, tendo, cada um, autonomia política, financeira e administrativa.
d. ( ) A República é a forma de governo caracterizada pela eletividade e pela temporalidade dos man-datos do chefe do Poder Executivo, sem o dever de prestação de contas, já que o poder soberano do povo estará sendo, indiretamente, exercido pelo representante.
e. ( ) A Monarquia, por sua vez, é caracterizada pela hereditariedade e vitaliciedade, com a necessi-dade de prestação de contas (Responsabilidade do Monarca).
Questão 06. A doutrina indicada emprega a expressão ”administração pública” em sentido estrito, próprio, limitado às funções meramente administrativas (sentido objetivo/funcional) e aos órgãos e entidades que as desempenham (sentido subjetivo/orgânico). Quanto à primeira classificação, são usualmente apontadas co-mo próprias da administração pública em sentido funcional algumas atividades básicas. Marque a alternati-va que representa CORRETAMENTE a atividade de Intervenção do Estado:
a. ( ) Prestações concretas que representem, em si mesmas, diretamente, utilidades ou comodidades materiais para a população em geral, oferecidas pela administração pública formal ou por parti-culares delegatários, sob regime jurídico de direito público.
b. (x ) Abrange toda a intervenção do Estado no setor privado, exceto a sua atuação direta como agente econômico; está incluída a intervenção na propriedade privada, a exemplo da desa-propriação e do tombamento, e a intervenção no domínio econômico como agente norma-tivo e regulador, por exemplo, mediante a atuação das agências reguladoras, a adoção de medidas de repressão a práticas tendentes à eliminação da concorrência, a formação de es-toques reguladores, entre outras.
c. ( ) Incentivo à iniciativa privada de utilidade pública, por exemplo, mediante a concessão de bene-fícios ou incentivos fiscais.
d. ( ) Restrições ou condicionamentos impostos ao exercício de atividades privadas em benefício do interesse público; exemplo típico são as atividades de fiscalização.
e. ( ) Abrange toda a intervenção do Estado no setor privado, inclusive a sua atuação direta como agente econômico; está incluída a intervenção na propriedade privada, a exemplo da desapropri-ação e do tombamento, mas não a intervenção no domínio econômico como agente normativo e regulador.
Questão 07. No esteio do que leciona a doutrina adotada, os fenômenos da centralização, desconcentração edescentralização são formas de organização e atuação administrativa do Estado. Quanto ao último, identificamos a existência de duas subespécies marcantemente diferentes no que diz respeito ao seu veículo e pressupostos jurídicos. Marque a opção que descreve CORRETAMENTE o instituto jurídico da descentralização por outorga / por serviços:
a. (x ) Ocorre quando o Estado cria uma entidade (pessoa jurídica) e a ela transfere determinado serviço público. Pressupõe obrigatoriamente a edição de uma lei que institua a entidade, ou autorize a sua criação, e normalmente seu prazo é indeterminado. Nesse modelo, trans-fere-se a própria titularidade do serviço público, e não sua mera execução.
b. ( ) É efetivada quando o Estado transfere, por contrato (concessão ou permissão de serviços públi-cos) ou ato unilateral (autorização de serviços públicos), unicamente a execução do serviço, para que a pessoa o preste à população, em seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do Estado.
c. ( ) Ocorre quando o Estado executa suas tarefas diretamente, por meio dos órgãos e agentes inte-grantes da denominada administração direta. Nesse caso, os serviços são prestados diretamente pelos órgãos do Estado, despersonalizados, integrantes de uma mesma pessoa política (União, DF, Estados ou Municípios).

d. ( ) Ocorre exclusivamente dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica. Trata-se de mera téc-nica administrativa de distribuição interna de competências de uma pessoa jurídica. Envolve obrigatoriamente uma só pessoa jurídica.
e. ( ) Situação em que uma determinada pessoa jurídica integrante da administração pública extingue órgãos antes existentes em sua estrutura, reunindo em um número menor de unidades as respec-tivas competências.
Questão 08. De acordo com as lições trazidas pela doutrina indicada quanto aos princípios fundamentais orientadores de toda a administração pública, notadamente quanto ao princípio da supremacia do interesse público, princípio da indisponibilidade do interesse público, princípio da legalidade, princípio da morali-dade e princípio da impessoalidade, marque a opção INCORRETA:
a. ( ) O princípio da supremacia do interesse público é um princípio implícito. É característico do re-gime de direito público e é um dos pilares do denominado regime-administrativo, fundamentan-do todas as prerrogativas especiais de que dispõe a administração como instrumentos para a consecução dos fins que a constituição e as leis lhe impõem.
b. ( ) Do princípio da indisponibilidade do interesse público derivam todas as restrições especiais im-postas à atividade administrativa. Tais restrições decorrem, exatamente, do fato de não ser a administração pública “dona” da coisa pública, e sim mera gestora de bens e interesses alheios, no caso, do povo. Aos agentes públicos cabe apenas a sua gestão, em prol da coletividade, ver-dadeira titular dos direitos e interesses públicos.
c. ( ) A formulação mais genérica do princípio da legalidade, princípio basilar de todos os Estados de Direito, encontra-se no inciso II do art. 5º da CRFB/88. Deve ser lido sob dois sentidos, um di-recionado aos particulares e outro para a administração. Aqueles podem fazer tudo o que a lei não proíba, e esta só pode fazer o que a lei determine ou autorize. Inexistindo previsão legal, não há possibilidade de atuação administrativa.
d. ( ) O princípio da moralidade torna jurídica a exigência de atuação ética dos agentes da administra-ção pública. A denominada moral administrativa difere da moral comum, justamente por ser ju-rídica e pela possibilidade de invalidação dos atos administrativos que sejam praticados com inobservância deste princípio.
e. ( x) O princípio da impessoalidade é estudado apenas pelo prisma de perseguição da finalidade (atender ao interesse público), a impedir perseguições ou favorecimentos, discriminações benéficas ou prejudiciais aos administrados.

Questão 09. A administração pública, no desempenho de suas múltiplas atividades, está sujeita a erros; nes-sas hipóteses, ela mesma pode (e deve) tomar a iniciativa de repará-los, a fim de restaurar a situação de re-gularidade e zelar pelo interesse público. A administração possui o poder/princípio de controlar seus pró-prios atos, apreciando-os quanto ao mérito e quanto à legalidade. Esse princípio autoriza o controle sob dois aspectos: a) anular os seus atos ilegais (de ofício ou provocada); b) revogar seus atos legítimos, num novo exame de conveniência e oportunidade do mérito. Marque a opção que denomina CORRETAMENTE o princípio/poder descrito:
a. ( ) Princípio da Publicidade.
b. ( ) Princípio da Eficiência.
c. ( ) Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade.
d. (x ) Princípio da Autotutela.
e. ( ) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos.

Questão 10. Segundo o que dispõe a Lei nº 8429/92, constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de car go, mandato, função, emprego ou atividade na Administração Pública. Marque a opção CORRETA que in-tegra o rol legal exemplificativo dos atos de improbidade por enriquecimento ilícito:
a. ( ) Frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente.
b. ( ) Liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular.
c. ( x) Aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade.
d. ( ) Praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência.
e. ( ) Doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educati-vos ou assistenciais, bens, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencio-nadas na lei de improbidade, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicá-veis à espécie.

Questão 11. Quanto às prescrições legais por ato de improbidade administrativa, marque a única opção que re-presenta CORRETAMENTE as sanções trazidas pela Lei nº 8429/92 para os atos de prejuízo ao erário:
a. ( ) Suspensão dos direitos políticos por 5 a 10 anos; Multa civil de 3X valor do acréscimo patrimo-nial; proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja só-cio majoritário, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
b. ( x) Suspensão dos direitos políticos por 5 a 8 anos; Multa civil de até 2X o valor do dano; pro-ibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou cre-ditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
c. ( ) Suspensão dos direitos políticos por 3 a 5 anos; Multa civil de 2X valor do acréscimo patrimo-nial; proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja só-cio majoritário, pelo prazo de 10 (dez) anos.
d. ( ) Suspensão dos direitos políticos por 8 a 10 anos; Multa civil de 3X valor do acréscimo patrimo-nial; proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja só-cio majoritário, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
e. ( ) Suspensão dos direitos políticos por 8 a 10 anos; Multa civil de 100X valor da remuneração; proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credi-tícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 (três) anos.

Questão 12. O principal fundamento constitucional da Improbidade é o art. 37, parágrafo 4o da CRFB/88, e encontra-se regulamentada pela Lei n. 8429/92. É o exercício nocivo da função pública. Marque a alternati-va CORRETA no que diz respeito às modalidades legais do ato de improbidade administrativa:
a. ( x) Enriquecimento Ilícito, Dano ao Erário e Violação a Princípio da Administração.
b. ( ) Enriquecimento Ilícito, Violação a Princípio da Administração e Dano Emergente.
c. ( ) Enriquecimento Ilícito, Violação a Princípio da Administração e Lucro Cessante.
d. ( ) Violação a Princípio da Administração, Dano Patrimonial e Dano Não Patrimonial.
e. ( ) Enriquecimento lícito, Dano honorário e Violação a Princípio da Administração.
Questão 13.A saída mais fácil normalmente nos leva de volta para dentro. Todos gostamos de utilizar soluções conhecidas para resolver as dificuldades, optamos por aquilo que conhecemos melhor. Insistir cada vez mais em buscas familiares, deixando que os problemas básicos persistam ou se acentuem, é um indício claro de que o pensamento sistêmico não está sendo adotado. É o que chamamos frequentemente de:
a. ( ) Efeito Pigmalião.
b. ( x) Síndrome de “o que precisamos aqui é o martelo maior”.
c. ( ) Aleta auxiliar.
d. ( ) Fato do elefante inteiro.
e. ( ) Mudanças de alta alavancagem.

Questão 14.Em geral, a solução de um problema difícil é uma questão de descobrir onde está a maior alavancagem, uma mudança que –com o mínimo de esforço –resultaria em melhoriaduradoura e significativa. Não há regras simples para se encontrar mudanças de alta alavancagem, embora haja formas de raciocínio que as tornem prováveis. Marque a alternativa que contém uma dessas formas de raciocínio:
a. ( x) Enxergar as estruturas subjacentes.
b. ( ) Maximizar as defasagens.
c. ( ) Identificar as causas e efeitos do problema.
d. ( ) Apontar soluções a longo prazo.
e. ( ) Considerar uma mudança instantânea.

Questão 15.Nossa tendência é culpar as circunstâncias externas pelos nossos problemas. Alguém “lá fora” –os concorrentes, a imprensa, as mudanças do mercado, o governo –fez isso ou aquilo a nós. O pensamento sistêmico consubstancia que:
a. ( ) É preciso enxergar as partes isoladamente para encontrar a solução dos problemas.
b. (x ) Você e a causa de seus problemas fazem parte do mesmo sistema.
c. ( ) Os problemas possuem uma simples causa local.
d. ( ) Fazer o óbvio produz resultados esperados e desejados para a solução dos problemas.
e. ( ) A cura está no relacionamento com seus subordinados.

Questão 16.Modelo de gestão que é o mais utilizado para análises estratégicas, porém apresenta uma grande desvantagem: tende a enfatizar as forças externas e as formas como uma empresa pode combatê-las. As forças intrínsecas de uma empresa e sua capacidade de desenvolver competências independentemente dessas forças recebem menos consideração. Pode ser classificado mais como reativo do que pró-ativo, e é recomendável usá-lo em conjunto com uma abordagem de dentro para fora. Esse modelo é chamado de:
a. ( ) PFOA.
b. ( ) Diálogo estratégico.
c. ( ) Modelo de crescimento de Greiner.
d. (x ) Análise competitiva de Porter.
e. ( ) Gestão baseada em valor.

Questão 17.A análise PFOAé um modelo de gestão. A primeira etapa de uma análise PFOA é identificar as potencialidades, fragilidades, oportunidades e ameaças da empresa. A análise cuidadosa dos ambientes interno e externo constitui, portanto, uma parte importante do processo. Nesse sentido, são fatores internos de uma empresa:
a. ( ) Potencialidades e Oportunidades.

b. ( ) Oportunidades e Ameaças.
c. (x ) Potencialidades e Fragilidades.
d. ( ) Ameaças e Fragilidades.
e. ( ) Ameaças e Potencialidades.
Questão 18.O modelo de capacidades distintivas de Kaypode ser usado no processo de definição (ou redefinição) da estratégia empresarial, para ampliar o conhecimento das fontes de vantagens competitivas e encontrar maneiras de mantê-las.Kaydistingue três diferentes capacidades relacionais que permitem às empresas alcançarem essas vantagens. São elas:
a. ( ) Custos, Gestão e Valor.
b. ( ) Experiência, Reputação e Rotinas.
c. ( ) Arquitetura, Custos e Negócios.
d. ( ) Experiência, Negócios e Valor.
e. (x ) Arquitetura, Reputação e Inovação.



Questão 19.As fases comumente utilizadas no processo de análise PFOAsão:
a. ( ) Identificar questões internas, analisar as questões externas e relacionar as questões estratégicas essenciais.
b. ( ) Posicionar as estratégias da empresa, desenvolver estratégias adicionais e monitorar o progresso.
c. ( x) Detectar questões estratégicas, determinar a estratégia e implementar e monitorar a estra-tégia.
d. ( ) Desenvolver as potencialidades necessárias, comprar ou tomar emprestado as potencialidades exigidas e superar a concorrência.
e. ( ) Selecionar uma estratégia apropriada, desenvolver um plano de ação e monitorar o progresso.

Questão 20.A abordagem do Boston Consulting Group -BCGno planejamento “de cima para baixo” está configurada em sua matriz de crescimento para determinar os investimentos nos empreendimentos de uma organização. São produtos que merecem ser abandonados ou retirados do mercado, se não forem lucrativos. Caso sejam, não invista neles, mas extraia o máximo de seu valor atual. Na matriz BCG, esses produtos são conhecidos como:
a. ( ) Estrelas.
b. ( ) Vacas leiteiras.
c. ( ) Pontos de interrogação.
d. ( ) Bebês.
e. (x ) Cachorros.

Questão 21.A análise competitiva de Porter identifica cinco forças competitivas fundamentais que determinam a atratividade relativa de um setor. Assinale, dentre as opções abaixo, a única que não representa uma dessas forças:
a. ( ) Novos entrantes.
b. ( ) Poder de barganha dos compradores.
c. ( ) Poder de barganha dos fornecedores.
d. (x ) Aceleração da tecnologia para downsizing.
e. ( ) Rivalidade entre os competidores.
Questão 22.O modelo de estratégia do Oceano azul estimula a inovação e influencia o foco do desenvolvimento de estratégias. Qual das estratégias abaixo não se coaduna com o modelo enunciado na questão?
a. ( ) Tornar a concorrência irrelevante.
b. ( ) Criar e capturar nova demanda.
c. (x ) Competir em mercado existente.
d. ( ) Livrar-se da escolha entre custo e valor.
e. ( ) Alinhar todas as atividades de uma empresa em busca de diferenciação e baixo custo.

Questão 23.“Ao vislumbrar uma série de mundos possíveis, os tomadores de decisões estarão mais bem informados, e as ações baseadas nesse conhecimento terão maior possibilidade de sucesso.” A assertiva em questão trata de uma ideia geral sobre:
a. ( x) Planejamento de cenários.
b. ( ) Road Mapping.
c. ( ) Diálogo Estratégico.
d. ( ) Planejamento por competências.
e. ( ) Planejamento com foco em tarefas.


Questão 24.Modelo de gestão denominado Cadeia de Valordivide as atividades genéricas de maior valor agregado da empresa em atividades primárias e secundárias. Assinale a opção abaixo que não se caracteriza como exemplo de atividade primária de uma empresa.
a. ( ) Logística de entrada.
b. ( ) Operações.
c. ( ) Marketing e vendas.
d. ( x) Gestão de Recursos Humanos.
e. ( ) Serviço.
Questão 25. “As intervenções bem intencionadas provocam respostas do sistema que eliminam os benefícios da intervenção. Quanto mais você empurra, mais osistema empurra de volta; quanto mais se esforça para resolver os problemas, maior parece ser o esforço necessário para solucioná-los”. Segundo Peter Senge, autor A quinta disciplina: arte e prática da organização que aprende, esse fenômenoé denominado:
a. ( ) Pensamento Sistêmico.
b. ( x) Feedback de Compensação.
c. ( ) Alavancagem de baixa intervenção.
d. ( ) Processo Decisório Político.
e. ( ) Causa e Efeito.

Questão 26.Dentre os elementos abaixo, aponte aqueles que se caracterizam como elementos básicos do pensamento sistêmico.
a. ( ) Causas e efeitos.
b. (x ) Feedback de reforço, feedback de equilíbrio e defasagens.
c. ( ) Complexidade Dinâmica e Complexidade de Detalhes.
d. ( ) Transferência de Responsabilidade e Feedback de Compensação.
e. ( ) Inter-relacionamentos e linguagem de círculos.
Questão 27. A arte do pensamento sistêmico está em ser capaz de reconhecer estruturas cada vez mais complexas e sutis em meio à riqueza de detalhes, pressões e correntes discordantes, presentes em todos os contextos gerenciais. A essência de se dominar o pensamento sistêmico comodisciplina gerencial está na identificação:
a. ( ) Do reforço nas defasagens.
b. ( ) Dos processos de equilíbrio e de reforço.
c. ( ) Da complexidade dinâmica.
d. ( ) Da complexidade de detalhes.
e. (x ) De padrões e não eventos e forças às quais reagir.

Questão 28. Segundo o texto História da Filosofia, Aristóteles definiu o bem como aquilo que é perseguido pelos homens. Assim, para saber quando o homem está no exercício de sua virtude, isto é, da sua excelência, Aristóteles se viu obrigado a observar o homem no seu comportamento, encontrando dois elementos básicos. São eles:
a. ( ) Ética e Humanidade.
b. ( ) Boa vontade e Moral.
c. ( ) Ética e Moral.
d. (x ) Felicidade e Racionalidade.
e. ( ) Culpa e Felicidade.






Questão 29. No texto Polícia, direitos humanos e educação para a cidadania, a visão que impera na população acerca da polícia é que é ineficaz e mal equipada, incompetente diante do crime organizado, que trabalha com recursos parcos e obsoletos, sendo facilmente corrompida pelos políticos que defendem interesses particulares, pelas gangues organizadas e pelo cidadão comum. Essa generalização grosseira precisa ser superada, e isso só será possível quando:
a. ( ) A sociedade reconhecer no policial como sendo o defensor dos direitos humanos.
b. ( ) Ocorrer uma reforma política centrada no fim dos privilégios de certos grupos por que as princi-pais ações violadoras dos direitos humanos partem do Estado.
c. ( ) O Estado estancar o crescimento da criminalidade e da violência nos grandes centros urbanos.
d. (x ) Forem instalados espaços para discussão da polícia com a sociedade, nos quais se estabele-ça a possibilidade de intervenção comunitária nas corporações policiais.
e. ( ) Certos grupos vulneráveis forem vistos como simbolicamente legítimos para reivindicar o usu-fruto de benefícios que outros grupos mais privilegiados têm.

Questão 30. No texto Espaço público, polícia e cidadania: em busca de novas formas de sociabilidades, o autor afirma que a violênciase tornou um dos emblemas da sociedade brasileira atual. Assim, a causa da sensação de “insegurança” se deve:
a. ( ) Ao processo de massificação da sociedade moderna por calar “a voz pública” dos indivíduos.
b. ( ) A ação menos efetiva do aparato policial.
c. ( ) A uma forma de linguagem difusa presente nas relações entre os atores sociais.
d. ( x) As causas históricas e sociais muito profundas que não são passíveis de resolução com a simples ação policial.
e. ( ) As transformações sociais ocorridas sem um acompanhamento mais efetivos das políticas públi-cas.
Questão 31. Ainda no texto Do patrulhamento ao policiamento comunitário, o autor cita alguns tipos de soluções preconizadas pelapolícia comunitária. São as seguintes, EXCETO:
a. ( ) Redução da frequência de ocorrência.
b. ( ) Eliminação do problema.
c. ( ) Mudança nas percepções.
d. (x ) Estabelecimento de metas.
e. ( ) Esclarecimento de responsabilidades.

Questão 32. Em seu livro Segurança Pública -Onde está a Polícia que Nós queremos?, Charlles da Fonseca Lucas afirma que o público, o privado, a ordem, a desordem, a profissionalização e a especialização não podem, tanto isoladamente quanto em conjunto, explicitar os motivos que determinaram o nascimento, os avanços e recuos da cultura organizacional da Polícia, dado que os meios pelos quais os indivíduos constituíram esses temas, na teoria e na prática, fizeram com que estivessem intimamente ligados ao princípio do autocontrole. De acordo com esta afirmação, marque a melhor opção abaixo.

a. ( ) As rupturas que o princípio de autocontrole sofreu não atingiram, direta e indiretamente, o engenho do público/privado, da ordem/desordem e da profissionalização/especialização, e isso pode ser plenamen-te verificado em todas as sociedades, já que os desenhos societários e o emprego da Polícia variam em conformidade com as vivências de autocontrole dos seus partícipes.
b. (x ) É a aproximação e o distanciamento dos indivíduos em relação ao princípio do autocontro-le que vai dizer se a sociedade em que estão enredados precisa mais, ou menos, de uma Po-lícia externa às individualidades, que goza do monopólio da violência legítima, com as res-ponsabilidades legais de prevenir, reprimir e investigar ações delituosas a fim de preservar a ordem social.
c. ( ) Face à pauta de responsabilidades da Polícia, observa-se, pelo menos na teoria, que as ações po-liciais não estão orientadas, normalmente, para a vigilância contínua da sociedade, ostensiva ou não, e para a instalação incipiente do processo de punição, quando existe a necessidade e caso haja a possibilidade de alcançar mais duas das suas tarefas precípuas ‒ a autoria e a materialida-de do crime.
d. ( ) No cumprimento das suas responsabilidades, a Polícia objetiva, na maioria das vezes, aquilo que deveria constar, em primeira instância, como a sua razão de ser, isto é, reativar, pedagogicamen-te, o autopoliciamento daqueles que transgrediram as leis ou que estão bem perto de infringir as regras, normas, valores e crenças garantidas constitucionalmente no arranjo societário de que fazem parte.
e. ( ) O choque entre aquilo que deveria ser e aquilo que de fato é passou de modo gratuito pela cultu-ra policial, pois gerou uma série de desencaixes no plano identitário da Polícia, que reverbera-ram na forma e no conteúdo dos saberes e das práticas policiais.
x
Questão 33.Segundo Charlles da FonsecaLucas, as identidades são relacionalmente construídas nos jogos da vida social ou, conforme Paul Ricoeur, a partir do momento em que o Eu chama o outro de Tu, firmando uma relação de reciprocidade entre o Eu-Tu ou entre o Tu-Eu, revestida de costumes, hábitos, que se converteram em leis sociais e morais para o Nós, inclinado, por natureza, a se espelhar na sua fonte, a relação entre o Eu-Tu-Eu. Nesse sentido, cabe dizer que:

a. ( ) Ricoeur propõe uma ética triangular ou circular apenas entre o Eu e o Tu, onde o Eu deveria respeitar o Tu como espera ser respeitado, porque o Eu é igual ao outro; sendo assim, tanto vale o Eu, quanto vale o Tu, e Nós valemos desigualmente.
b. ( ) Eis a ética que, alicerçada em relações vivas que estão presentes na moral cristã, bem descrita em Agostinho e Tomás de Aquino, e na autolimitação, sustentada por Immanuel Kant com ve-emência ao lapidar a ideia de imperativo categórico na Crítica da Razão Prática, assume a competência da renovação do antigo por meio da reprodução das leis morais e sociais que enve-lheceram.
c. ( ) O problema consiste no fato de que, habitualmente, as sociedades incitam e cobram a igualdade, segundo Pierre Bourdieu, entre o Eu e o Tu, fazendo com que o eu considere o outro e o Tu re-verencie o Eu como desejariam ser tratados, porque tanto o Eu quanto o outro se veem como iguais, uma vez que eles são seduzidos a reconhecer entre si um mesmo valor.
d. (x ) Nós valemos desigualmente em qualquer sociedade, e isso é trazido à memória continua-mente por meio dos status e papéis de cada indivíduo, que resguarda a sua singularidade dentre os muitos indivíduos e uma pluralidade na sua individualidade, visando a ser um em muitos, e muitos em um.
e. ( ) É bem verdade que determinadas sociedades deixam transparecer com maior nitidez a igualda-de, enquanto outras tentam, ainda que precariamente, camuflar a negação da igualdade, sendo esses dois casos não perceptíveis no Estado democrático de direito.

Questão 34. A despeito de ser um dos preceitos civis mais caros para o mundo ocidental, junto com os direitos à vida, à liberdade e à propriedade, a igualdade teve a sua essência posta em questão em nível relacional quando quebraram o espelho e as sociedades, em vez de se empenharem para igualar os indivíduos, tanto formal quanto substancialmente, optaram por negar completa ou dialeticamente a igualdade, ou buscaram saturar o formal ou o substancial, conforme Charlles da Fonseca Lucas. Seguindo esta linha de raciocínio, proposta no livro deste autor, vale frisar que:
a. ( ) Os estadunidenses, através do individualismo, ratificaram as diferenças como reconciliáveis en-tre os indivíduos, enfatizando a liberdade e a igualdade formal, quando todos são diferentes, porque são iguais, e procuram supostamente assegurar o mesmo ponto de partida, e o mesmo ponto de chegada.
b. ( ) Os europeus, particularmente os da Europa Central, ressaltam uma igualdade formal, tencionan-do, com as políticas de compensação, igualar a sociedade nos pontos de saída e de chegada, ape-sar dos seus indivíduos saírem de lugares distintos.
c. ( ) Modelos teóricos não repercutiram no curso da história do Brasil por intermédio dos pensamen-tos e das ações daqueles que se revelaram favoráveis e inimigos das tendências, mormente go-vernantes, intelectuais e outros setores protagonistas e até coadjuvantes que se digladiaram, ig-norando as tradições, dentre elas o iberismo e o americanismo.
d. ( ) A sociedade brasileira se distancia, em edições revistas, atualizadas e ampliadas, da essência e da aplicabilidade do mandonismo, do coronelismo, do clientelismo, do filhotismo e de outros mecanismos urdidos nas relações de dominação, azeitando o seu maquinário com a radicaliza-ção da igualdade como sinônimo de diferença.
e. (x ) A sociedade brasileira recorda diariamente a todos os seus enleados que os pontos de par-tida e de chegada são absurdamente desiguais e distintos numa tradição que celebra os princípios de igualdade e liberdade revitalizando clivagens entre homens livres e oprimi-dos, iguais e desiguais, como antagonismos de uma lógica circular de unidade social que li-berta reprimindo e iguala distinguindo.

Questão 35. Charlles da Fonseca Lucas desenvolve em seu livro a ideia de que na prática, as desigualdades e opressões são inerentes ao Estado e à sociedade civil porque estão enraizadas nessas esferas sociais desde as suas origens e, por isso, o Estado não se enxerga igual à sociedade civil e a sociedade civil não se vê como Estado,
sem esquecer das relações de estranhamento que se dão dentro do próprio Estado e nas entranhas da sociedade civil, culminando nas relações conflituosas existentes entre o Estado e a sociedade civil e no interior dessas duas esferas sociais (Estado com Estado e sociedade civil com sociedade civil), cabendo ao direito administrar os conflitos. Neste contexto, verifica-se, segundo o autor, que:

a. (x ) O indivíduo é adestrado pelo Estado, desde o seu ingresso na instituição policial, no senti-do de repugnar suas afiliações na sociedade civil ou, na melhor das hipóteses, minimizá-las em nome de uma suposta imparcialidade a ser levada em conta na profilaxia do delito, na apuração do crime noticiado e na abertura do processo de penalização do infrator, porque a sociedade civil é o lugar dos suspeitos e delinquentes.
b. ( ) A mentalidade fundamentada na ideia de que a sociedade civil é o lugar dos suspeitos e delin-quentes avança a ponto do policial rejeitar o “povo” como inimigo, uma ameaça personificada à ordem social, que varia em número e grau de acordo com os governos que ocupam o Estado, de-terminando orientações à Polícia que se estendem apenas durante a formação continuada dos po-liciais.
c. ( ) O que mais sobressai, independentemente de o governo ser tirânico ou democrático, é o fato de que governantes, junto aos indivíduos e setores mais influentes da sociedade, não se preocupam em regular as noções de Estado, sociedade civil, público e privado em função dos interesses e das paixões da política mundana, visto que eles não têm poderes para determinar quem está den-tro e quem está fora de cada uma dessas esferas da vida social.
d. ( ) Tão importante, quanto estar dentro do Estado é ser aceito e reconhecido pelos governantes e/ou pelos que gozam de prestígio aos olhos do governo; e isso faz com que o policial se veja exclu-sivamente como Estado, rivalizando com a sociedade civil, e não como mais um que sofre com o descaso do Estado, porque não dispõe de prerrogativas pessoais.
e. ( ) As relações conflituosas entre o Estado e a sociedade civil, as disputas nas suas áreas internas e, principalmente, as regulações dos governantes e influentes não autorizam as distensões e con-trações das noções de Estado, sociedade civil, público e privado quanto à inclusão e exclusão de pessoas físicas e jurídicas, justificando as negligências dos governos pelo vigiar e punir e as pre-ferências desses governantes com a retomada do autocontrole dos desviantes e dos que estão prestes a delinquir.

Questão 36.Caso não bastasse o desvigoramento do ser policial, circunscrito no choque entre aquilo que deveria ser e aquilo que de fato é, a Polícia traz em si mais quatro problemáticas que dizem respeito às suas composições orgânica, inorgânica, total e plural, e que, em conjunto com seu o desvirtuamento ontológico, vêm abalando significativamente as suas demais cláusulas pétreas, e impondo dilemas e desafios circunstanciais e perenes não somente às suas estruturas, mas, sobretudo, à sociedadecivil e ao Estado. Pari Passu, Charlles da Fonseca Lucas observa que:

a. ( ) Todos, sem exceção, não estão colhendo os frutos desses desajustes e dos seus desdobramentos por causa da independência que segrega todos os indivíduos na montagem da figuração, proces-sando a configuração como desenhos sociais que não combinam indivíduo com sociedade, rati-ficando as polarizações das teorias individualistas e coletivistas, e os tentames de dicotomia en-tre sujeito e objeto.
b. ( ) Os policiais são indivíduos adestrados pelo Estado a se afirmarem enquanto tais para desvestir uma indumentária total de super-homem, a ponto de não verem mais como simples mortais, e a sociedade civil sempre enxergá-los como humanos, e, não, como policiais, super-homens, ou fantasmas, num jogo em que o substantivo policial é adjetivado, tanto positiva quanto negativa-mente pelos julgamentos individuais e coletivos.
c. ( x) A sociedade civil compreende a Polícia como algo distante e externo a sua composição, quando o autocontrole dos pensamentos, dos sentimentos e das ações consiste no primeiro
ato de policiamento, dado que a sua negação, através dos descontroles individuais e sociais, somada aos apetites das elites, levou à instituição da Polícia.
d. ( ) Os governantes são normalmente impelidos pelos seus pares a agir com o propósito de estimular as vozes que se levantam contra o ideário do super-homem; tanto que não vigiam e não punem com sanções públicas e/ou privadas os policiais que exigem condições de ser humano e cidadão como um meio de constranger as intenções de todos aqueles que pleiteiam uma insurreição, ao mesmo tempo em que reiteram o ideário, reforçando as aproximações entre o policial e os ou-tros indivíduos.
e. ( ) Esse processo acerta o coração, os pensamentos e os movimentos desse sujeito, que passa a vi-venciar a Polícia como a sua última pele num jogo em que as culpabilizações individuais são in-tencionalmente convertidas em responsabilidades sistêmicas como uma saída constantemente palmilhada pelos governantes que responde ao imediatismo da mídia e da sociedade civil, sem alterar o foco das atenções.

Questão 37. Em seu artigo “Militarização do Social como Estratégia de Integração -o caso da UPP do Santa Marta”, Sonia Fleury analisa a estratégia adotada pelo governo do Rio de Janeiro para ocupação pelo Estado dasfavelas que estavam sob o controle do tráfico de drogas. Sem perder do horizonte a história pela via da Ciência Política, Fleury afirma que:
a. ( ) A ocupação militar, com ou sem confronto, seguida de instalação permanente de uma unidade policial foi considerada como condição dispensável para a integração destes territórios à cidade formal, por meio da expansão delimitada da cidadania aos seus cidadãos.
b. ( ) A relação do poder estatal com as favelas foi estabelecida a partir da presença de bens e serviços públicos nestes territórios, e da visibilidade social construída por meio da permanência de sua existência.
c. ( ) A expansão das favelas e de seus moradores, em número muito inferior ao da cidade formal, provocou a desorganização das comunidades em busca de melhorias sociais e reconhecimento de suas deman-das, na tentativa de romper os estereótipos impostos pela segregação territorial, amparadas em muitos casos por grupos religiosos, voluntários e partidos políticos de esquerda.
d. ( x) Na adaptação ao sistema político vigente, as associações de moradores tornaram-se inter-locutores das demandas sociais da comunidade junto ao poder público. O descompasso en-tre os direitos sociais e civis negados aos favelados, e seu direito político de expressão elei-toral, fomentou o clientelismo político intermediado pelas organizações comunitárias, bar-ganhando a provisão de serviços públicos básicos em troca de votos.
e. ( ) O crescimento da violência urbana não ultrapassou as barreiras das favelas tornando-se um sin-toma agudo de ameaça à integridade física, à coesão social e ao poder estatal, indicados pelos confrontos entre facções de traficantes, incursões militares às favelas, chacinas realizadas por militares corruptos, emergência de milícias policiais competindo pelo domínio territorial e eco-nômico dos territórios da informalidade.

Questão 38. Para Sonia Fleury, o fato da cidade do Rio de Janeiro ter sido escolhida para sediar, proximamente, megaeventos como as Olimpíadas, em 2016, e a Copa do Mundo, em 2014, colocou em questão a capacidade governamental de reduzir a violência e exercer o controle efetivo sobre seu território. Dessa forma, Fleury diz que:
a. ( ) Sem ser fruto deste contexto e da aprendizagem, e descolada das experiências internacionais de ocupação territorial e integração como de Medellín, surge a primeira UPP, depois da ocupação militar no Santa Marta em 2009.
b. ( ) Por meio de uma estratégia inicial claramente delineada, esta primeira experiência foi conside-rada emblemática para construção e posterior aplicação desse modelo de pacificação, caracteri
zado pela ocupação territorial, existência de fortes vínculos entre agentes governamentais e em-presariais, desenvolvimento de programas de formalização do mercado e promoção social.
c. ( ) A última fase, denominada UPP Social, só foi iniciada no Santa Marta três anos depois da sua pacificação. Nela, a intervenção social assume uma marca diferente da política de segurança – UPP – o que, para além do caráter simbólico, rejeita a hierarquização das prioridades nas políti-cas públicas aplicadas às favelas.
d. ( ) Enquanto a UPP tem um mandato claro em relação à ocupação policial para enfrentar problemas de segurança, com recursos colocados a sua disposição pelo poder público e empresariado, a UPP Social revela flagrante efetividade institucional.
e. ( x) A estreita ligação entre a UPP Social e a unidade policial, além das fortes relações com o setor empresarial, desenha um modelo novo de definição do social que se afasta das políticas e insti-tuições tradicionalmente responsáveis pela garantia dos direitos sociais da cidadania.

Questão 39. A construção da modernidade assentou-se nos processos de urbanização e industrialização que propiciaram condições para o surgimento de novas relações entre Estado, mercado e comunidade. Ao palmilhar esse caminho, Sonia Fleury chama a atenção para:
a. ( ) Os conceitos como sociedade civil, cidadania, pólis, que emergem com a vida rural, vinculados à construção da democracia, entendida como a convivência de igualdades sociais sob um mes-mo estatuto político.
b. ( ) O Estado moderno que se articula à sociedade por meio dos referentes da nação e da cidadania, ambos, como o mercado, atinentes à dimensão do território nacional, embora a construção da cidadania comporte a perspectiva de construção do associativismo nacional como parte da di-mensão social.
c. (x ) A correspondência entre a expansão da democracia e da cidadania se dá tanto pelo grau de inclusividade dos indivíduos na comunidade dos cidadãos, quanto pelo âmbito dos di-reitos e deveres historicamente incorporados à condição de cidadania.
d. ( ) A cidade hoje, face aos processos de urbanização massiva, que não confere lugar à emergência de novos movimentos sociais que desenvolvem mecanismos urbanos de pressão, em uma luta por formar parte do processo de desenvolvimento local e global.
e. ( ) O aumento da tolerância com a diferença, a visão do outro como uma potencial possibilidade de diálogo, a presença de uma ética pública, a visão do governo como democrático e capaz de as-segurar condições básicas de segurança, que reforçam o coletivismo e ratificam a dimensão cí-vica da cidadania.
Questão 40.Sobre a experiência da UPP do Santa Marta à luz das ideias de ordem e desordem, Sonia Fleury diz que trata-se da imposição de uma ordem ostensivamente armada, com vistas a intimidar qualquer possibilidade de retorno à desordem anterior, na vigência do domínio dos traficantes. De acordo com essa lógica, Fleury relata que:
a. ( ) A atribuição de intervenção na sociabilidade e nos comportamentos, em função da construção de um novo ordenamento, parte da consideração da favela como território onde predominam a formalidade e a ordem.
b. (x ) O comando policial tem uma missão disciplinadora que transcende à defesa do território do poder dos traficantes, evidenciando elevado poder discricionário do comando coercitivo na definição deste ordenamento social.
c. ( ) A postura do comando policial enfraquece estereótipos dos favelados como avessos à ordem ci-vilizada ao reconhecer os esforços da comunidade por construção de atores, instituições e redes de relações, na presença do poder público e de serviços essenciais.

d. ( ) Os eventos que são percebidos pelos policiais como geradores de “tumulto” ou desordem não são proibidos ou coibidos por meio de repressão física, pois eventos em áreas públicas devem ser autorizados, sendo sua liberalização feita sem restrições pela autoridade policial.

e. ( ) Moradores identificam a implementação de serviços básicos de esgoto e coleta efetiva do lixo, e a presença de uma verdadeira ordem que os iguale aos demais moradores da cidade. Lideranças locais deixaram de reclamar da não correspondência entre os deveres que tiveram que assumir com a entrada da polícia, seguida pelo mercado, e do provimento de bens públicos que resguar-de os direitos da cidadania. 

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